Creio que nós, seres humanos, somos narrativa. Não é algo de que gostamos ou usamos, simplesmente, somos isso, está no centro do que significa ser humano. Se somos sociais é porque enquanto narrativa interagimos com outras, estabelecemos uma relação com elas na medida em que elas se estendem dentro da nossa própria, quer dizer, um livro morre na sua contracapa, alguém é a história que acaba no seu último suspiro. A ruptura com o mundo objetivo acontece quando atribuímos status de real a uma narrativa que é nossa e projetamos no outro: fica mais claro nos bebês reborn, um pouco menos claro nas relações com IAs. O sujeito que se casou um com uma IA no Japão teve seu relacionamento terminado pela descontinuação da sua esposa. Nos perdermos no absurdo e o naturalizamos, nada mais nos choca, porque o outro enquanto coisa real, ser real, não existe mais, isso é, eu não enxergo no outro algo além de uma curtida, de uma satisfação do meu desejo pessoal - o dividir e conquistar elevado ao seu último grau.
E vamos nos arrastando com o grilhão da consciência nos pés enquanto outros se embebedam da liberdade ignorante. já não sei mais se Idiocracia é uma profecia ou um documentário (filme já não creio que seja).
Creio que nós, seres humanos, somos narrativa. Não é algo de que gostamos ou usamos, simplesmente, somos isso, está no centro do que significa ser humano. Se somos sociais é porque enquanto narrativa interagimos com outras, estabelecemos uma relação com elas na medida em que elas se estendem dentro da nossa própria, quer dizer, um livro morre na sua contracapa, alguém é a história que acaba no seu último suspiro. A ruptura com o mundo objetivo acontece quando atribuímos status de real a uma narrativa que é nossa e projetamos no outro: fica mais claro nos bebês reborn, um pouco menos claro nas relações com IAs. O sujeito que se casou um com uma IA no Japão teve seu relacionamento terminado pela descontinuação da sua esposa. Nos perdermos no absurdo e o naturalizamos, nada mais nos choca, porque o outro enquanto coisa real, ser real, não existe mais, isso é, eu não enxergo no outro algo além de uma curtida, de uma satisfação do meu desejo pessoal - o dividir e conquistar elevado ao seu último grau.
E vamos nos arrastando com o grilhão da consciência nos pés enquanto outros se embebedam da liberdade ignorante. já não sei mais se Idiocracia é uma profecia ou um documentário (filme já não creio que seja).
Concordo, fico triste de ver tantas distopias tomando forma de documentário.